Fórum das Seis repudia ofensiva privatista do governo Tarcísio contra o Hospital Estadual de Sumaré. Ensino, pesquisa e atendimento à população estão em risco  

Fórum das Seis repudia ofensiva privatista do governo Tarcísio contra o Hospital Estadual de Sumaré. Ensino, pesquisa e atendimento à população estão em risco   

Uma paralisação estudantil em 18/6, contra a privatização do Hospital Estadual de Sumaré (HES), após decisão aprovada em assembleias de 26 cursos, cumpriu o papel de colocar em destaque uma luta central na Unicamp neste momento. O dia de luta contou, também, com uma manifestação em frente à Secretaria de Saúde, em São Paulo.

Gerido há 25 anos pela Unicamp e pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), o HES atende a uma região com mais de um milhão de habitantes na região metropolitana de Campinas, com 274 leitos, incluindo 18 para UTI adulto e 12 para UTI neonatal. Segundo dados levantados pela ADunicamp, o hospital realiza mensalmente, em média, 1.200 internações, 1.050 cirurgias e mais de 6.500 consultas. Além do atendimento à população, o HES desempenha função relevante na formação de novos profissionais de saúde pública, com 250 vagas anuais de residência médica e 500 de estágios para estudantes de Medicina, Nutrição, Fonoaudiologia, Farmácia e Enfermagem.

O sinal de alerta foi aceso a partir do anúncio, feito pela Secretaria de Estado da Saúde, de que o governo Tarcísio quer extinguir o convênio entre a Unicamp e o Hospital, entregando sua gestão para organizações sociais de saúde, um eufemismo para a privatização da instituição. Segundo o governo, seria necessário realizar uma licitação para definir a gestão do HES, pois o atual convênio expira em julho.

Para o professor Edison Bueno, médico sanitarista do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, citado em matéria da ADunicamp, o processo vem sendo conduzido sem qualquer transparência. “Não existe nenhuma obrigatoriedade de fazer o certame. Essa é uma informação, no mínimo, equivocada”, afirmou o docente. Segundo ele, existe um preceito constitucional que garante que um órgão público, como a Unicamp, tem prioridade na gestão de outro órgão público. E uma OS, mesmo sendo uma organização privada sem fins lucrativos, necessariamente busca rendimentos extras, inclusive para pagamentos altos a seus dirigentes. Exatamente por isso, se repetem por todo o país crises e escândalos provocados pela privatização da gestão de instituições públicas de saúde.

Em 2022, o HES foi eleito o melhor hospital público da América Latina. Para o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Unicamp, “o rompimento do convênio HES-Unicamp evidencia mais um dos avanços privatistas promovidos por parte do governo de Tarcísio e seus aliados, que utilizam dos serviços públicos, diante dos ótimos índices de funcionamento, como mecanismos de negócios que só acabam por condenar o povo à precariedade e à miséria”.

As entidades que compõem o Fórum das Seis, entre elas o Sintunesp, instam a reitoria da Unicamp e a comunidade acadêmica a dizerem NÃO à privatização do HES. 


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