Sem negociação efetiva, proposta é NÃO INICIAR O SEMESTRE LETIVO. Fórum indica assembleias de base até 11/2

Sem negociação efetiva, proposta é NÃO INICIAR O SEMESTRE LETIVO. Fórum indica assembleias de base até 11/2

Com inflação em alta e salários congelados, poder aquisitivo caiu quase à metade desde maio/2012. Queremos 20% já e negociação das perdas restantes na data-base 2022

O Fórum das Seis encaminhou ofício ao novo reitor da USP, professor Carlos Gilberto Carlotti Junior, empossado em 26/1/2022, solicitando o agendamento de reunião ainda em janeiro.

Carlotti também assume a presidência do Cruesp pelos próximos dois meses. Em abril, pelo sistema adotado pelo Cruesp, o posto será ocupado pelo reitor da Unicamp, professor Tom Zé.

No ofício, após cumprimentar o reitor pela posse e desejar-lhe “uma gestão profícua e de bons frutos para a universidade pública, a comunidade acadêmica que a constrói no dia a dia e a sociedade que a sustenta e se beneficia dos seus relevantes serviços em ensino, pesquisa e extensão”, o Fórum cobrou o agendamento urgente da reunião, em janeiro, “para que possamos dar continuidade à negociação em aberto entre as partes, mais especificamente a respeito da reivindicação de 20% de reajuste para as categorias, como parte da inflação acumulada desde maio/2012, e da valorização dos níveis iniciais das carreiras.”

O documento lembra, ainda, que no dia 12/1/2022 houve uma reunião entre as equipes técnicas do Cruesp e do Fórum das Seis. Como os representantes do Cruesp não levaram àquela reunião as simulações que haviam sido combinadas anteriormente (sobre o impacto da aplicação do índice de 20% aos salários em janeiro/2022 e sobre as propostas do Fórum para a valorização dos níveis iniciais das carreiras), ficou acertado que o fariam antes da próxima reunião entre Cruesp e Fórum das Seis. “Assim, lembramos a necessidade de que tais simulações nos sejam enviadas o quanto antes”, diz o texto.

Além da questão salarial, o ofício solicita que a próxima reunião entre Cruesp e Fórum das Seis contenha outras duas questões relevantes: 1) a posição das instituições sobre os tempos aquisitivos dos servidores no período de vigência da LC 173/2020 e que impactam direitos relativos a quinquênios, sexta-parte, licença-prêmio, progressões e outros; 2) o debate democrático sobre o retorno às atividades presenciais nas instituições, especialmente no momento em que o número de contaminações cresce exponencialmente por conta da variante ômicron e o total de mortes diárias volta a preocupar. “Julgamos importante, também, que as assessorias econômicas das reitorias estejam presentes na reunião entre Cruesp e Fórum das Seis”, finaliza.                 

2021 fechou com menor comprometimento com salários desde a conquista da autonomia em 1989

Segundo dados da Planilha Cruesp, de fechamento de 2021, o comprometimento dos recursos do ICMS-QPE repassados às universidades com salários foi o menor desde o advento da autonomia, em 1989. Veja:

Média das três universidades: 66,84%

Unesp: 65,18%

Unicamp: 69,25%

USP: 66,57%

Inflação nas alturas, salários em baixa

A inflação segue em disparada nos últimos meses. O INPC, medido pelo IBGE, de janeiro a dezembro de 2021, ficou em 10,16%. O acumulado de maio/2012 (nossa referência) até dezembro/2021 é de 77,46%. Como tivemos 27,01% de reajuste neste período, chegamos a dezembro/2021 precisando de 39,72% de reposição para recuperarmos nosso poder aquisitivo de maio/2012.

Se nada for feito agora, supondo uma inflação em torno de 4% no primeiro quadrimestre de 2022, chegaremos a maio/2022 precisando de cerca de 45% de reajuste para recuperar o valor que os salários tinham em maio/2012.

Foi este cenário, somado à postura intransigente do Cruesp em não negociar a essência da nossa data-base (recuperação salarial, valorização dos níveis iniciais das carreiras e discussão do retorno presencial seguro), que levou o Fórum a atualizar a Pauta de Reivindicações 2021, com os seguintes pontos:

  • Reajuste, a partir de janeiro 2022, de 20% para recuperação parcial da perda acumulada desde maio/2012;
  • Negociação de um plano de reposição para zerar as perdas restantes, relativas ao período de maio/2012 a abril/2022, com a perspectiva de concluir a discussão deste plano ainda na data-base de 2022; e da valorização dos níveis iniciais das carreiras, com base nas propostas do Fórum das Seis.

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Assembleias até 11/2 devem debater mobilização: Chega de descaso e desrespeito!

As mudanças nas três reitorias – após a chegada dos reitores Pasqual Barretti e Tom Zé, respectivamente na Unesp e na Unicamp, e a posse do novo reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, em 26/1 – ainda não se traduziram em novos ares para as negociações, marcadas pela intransigência e pelo desrespeito nos últimos anos.

É preciso que fique claro que, se o Cruesp continuar com esta postura, sem negociações urgentes e efetivas, capazes de mitigar a insuportável corrosão salarial causada pela inflação galopante, a nós, servidores/as docentes e técnico-administrativos/as da Unesp, Unicamp e USP, só restará decidir pelo não início do próximo semestre.

O Fórum das Seis indica a realização de assembleias de base, até 11/2, nas quais as categorias devem se posicionar sobre as seguintes propostas:

- Realização de uma manifestação – presencial e/ou virtual, de acordo com o cenário pandêmico – em data a ser deliberada.

- Caso o Cruesp não mude sua postura de descaso e desrespeito às categorias, e não haja negociações efetivas de nossas reivindicações: não iniciaremos o primeiro semestre letivo de 2022!

Fique de olho na convocação da assembleia do Sintunesp. A data será divulgada em breve.


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