Em dia de grande mobilização, servidores e estudantes da Unesp foram protagonistas na Alesp e no CO. Sexta tem plenária estadual  

Em dia de grande mobilização, servidores e estudantes da Unesp foram protagonistas na Alesp e no CO. Sexta tem plenária estadual   

Substitutivo ao orçamento/2026, com propostas dos dois segmentos, não foi aprovado. Plenária vai avaliar e definir rumos da luta por justiça e isonomia

 

O dia 10 de dezembro começou muito cedo, com centenas de servidores técnico-administrativos e estudantes da Unesp saindo em caravanas de vários campi, rumo a São Paulo. A primeira notícia foi um susto: um dos ônibus de Araraquara pegou fogo na estrada, mas felizmente ninguém se feriu; o Sintunesp atuou no apoio aos companheiros e companheiras.

O primeiro compromisso foi na Assembleia Legislativa. O auditório Franco Montoro ficou lotado para a audiência pública intitulada “Reforma Tributária e financiamento das universidades estaduais”, organizada pelo Fórum das Seis e pelo mandato do deputado Guilherme Cortez (PSOL), egresso do curso de Direito da Unesp. O tema – a insuficiência dos recursos destinados às universidades e as mudanças que virão com a reforma tributária – tinha tudo a ver com o que ocorreria na parte da tarde. A cobertura da audiência pública será divulgada em edição do Boletim do Fórum, em breve.

A partir das 13 horas, a rua em frente ao prédio da Unesp no bairro do Ipiranga, onde ocorreria a sessão do Conselho Universitário destinada a votar a peça orçamentária de 2026, foi tomada pelos manifestantes. O Sintunesp agradece ao grande envolvimento do DCE Helenira Resende, que mobilizou estudantes de várias partes do estado, e também pelo apoio manifestado pelos representantes das entidades irmãs presentes no ato, como STU, Sintusp e Sinteps, que declararam apoio às reivindicações dos dois segmentos: mais recursos para a permanência estudantil e pagamento da referência prevista no orçamento de 2025.

Em boa parte das unidades, houve paralisação, com reuniões e atividades para acompanhar a sessão do CO.

“A equiparação também é pauta dos estudantes. Sem os servidores, a Universidade não funciona, desde os laboratórios até o restaurante universitário”, resumiu Marta Gomes Kobaiashi, coordenadora geral do DCE, presente no ato.

“A garantia de mais recursos para a permanência é nossa bandeira, pois os estudantes são a razão principal da existência da Universidade”, disse José Marcos da Silva, diretor de base do Sintunesp em Jaboticabal, um dos campi em greve, junto com Araraquara, Assis, Bauru, Rio Preto, Marília e Botucatu (FCA).

Nas muitas falas de estudantes e servidores, foi comum a avaliação de que as universidades estaduais – e a Unesp, em especial – passam por uma crise de financiamento, que se agrava pela existência de um governo hostil à educação pública. Não raro, a conta da “crise” é despejada sobre servidores e estudantes, política preferida pelas reitorias, que pouco se posicionam publicamente em defesa de mais recursos.

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A discussão no CO

Assim como havia ocorrido no CADE, coube ao assessor Rogério Buccelli apresentar a proposta de peça orçamentária para 2026, que não contempla o pagamento de uma referência aos servidores técnico-administrativos, conforme previsto no orçamento de 2025. A proposta elaborada pela Comissão de Orçamento do CADE traz a referência salarial apenas com um valor simbólico.

O representante Valdomiro Rodrigues de Souza, do Chapão Sintunesp/Associações, apresentou uma proposta substitutiva, construída em parceria com a representação estudantil no CO. A proposta previa aumentar a verba dessa rubrica para permitir a concessão do benefício em abril (pagamento em maio/2026), bem como ampliar um pouco os recursos previstos para permanência estudantil, especialmente para a segurança alimentar (SANS). Além de remanejar recursos de algumas rubricas – basicamente de investimentos e do programa 50+ – a proposta ampliava o déficit em pouco mais de R$ 10 milhões, de cerca de R$ 189 milhões para R$ 199 milhões.

Não houve sensibilização por parte da maioria dos representantes e a proposta substitutiva obteve 59 votos contrários, 34 favoráveis e 4 abstenções. Com isso, manteve-se a peça orçamentária referendada no CADE. A representação discente ainda propôs um destaque, prevendo a ampliação da verba SANS em R$ 9 milhões, que também foi rejeitada (62 contrários, 33 a favor e 4 abstenções).

O sentimento de servidores e estudantes tem um gosto amargo. O restante da peça aprovada praticamente não foi impactado por nenhum corte ou redução expressiva É preciso mudar esse roteiro: o ônus do subfinanciamento da Universidade não pode recair sobre os dois segmentos; a luta por mais recursos deve ser de toda a comunidade universitária, inclusive da gestão reitoral.

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Segue a luta: Sexta, 12/12, tem plenária estadual

O Sintunesp convida todas e todos para uma plenária estadual online nesta sexta-feira, 10h, para avaliar os últimos acontecimentos e debater como prosseguir na luta por justiça e isonomia. Participe!

Link: https://meet.google.com/qnw-tzyw-fqu

Obs.: Para segurança da atividade, somente o e-mail institucional será aceito para ingresso na plenária.

               


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