Cruesp agenda reunião técnica para 25/11. Embora tardio, encontro será espaço para Fórum expor perdas e reivindicações 

O Conselho de Reitores (Cruesp) agendou uma reunião técnica com o Fórum das Seis para o dia 25/11. O anúncio da reunião acontece após sete meses de cobrança, que contou com muitos ofícios do Fórum e três atos públicos em frente à reitoria da Unicamp, casa do atual presidente do Conselho, o reitor Antônio José Meirelles. O Cruesp suspendeu unilateralmente a data-base deste ano após o reajuste de 20,67% em março, recusando-se a debater a Pauta de Reivindicações 2022, protocolada em 13/4.

No ato realizado em 18/10, o reitor da Unicamp recebeu uma comissão do Fórum das Seis e reafirmou o entendimento de que não tem “nada” a negociar este ano, propondo uma reunião somente a partir de janeiro de 2023. Conforme reivindicação do Fórum durante a reunião, no entanto, concordou em consultar os demais reitores sobre a possibilidade de um encontro antes que o ano acabe e cumpriu o compromisso assumido de dar retorno até final do mês de outubro, por meio de ofício no dia 31/10. 

Ainda que a reunião agendada para 25/11 não conte com a presença dos reitores, o Fórum espera que seja um espaço real de discussão das reivindicações mais urgentes da comunidade:

1) Discussão de propostas para repor perdas salariais históricas e para valorizar os níveis iniciais das carreiras.

2) Permanência estudantil.

Repor as perdas e voltar ao poder aquisitivo de maio/2012 

O grupo de trabalho ‘GT Verbas’ – criado pela Adusp e que conta com a participação de representantes de outras entidades do Fórum das Seis – vem elaborando estudos sistemáticos, recheados de tabelas e números, mostrando que a intransigência e a indisposição do Cruesp ao diálogo não se justificam. Confira alguns deles a seguir.

O Gráfico 1 mostra o tamanho das perdas salariais de servidores/as docentes e técnico-administrativos/as das universidades desde maio/2012. O salário de setembro/2022 compra apenas 82,83% do que comprava em maio/2012. Para repor essa perda – não se trata, portanto, de aumento, mas mera reposição da inflação não corrigida – seria necessário um reajuste de 20,73% em setembro/2022.

O Gráfico 2 mostra o comprometimento acumulado com a folha de pagamento em setembro/2022, o menor desde a autonomia universitária conquistada em 1989. Já o Gráfico 3 mostra diferentes cenários deste comprometimento caso houvesse reajustes em novembro/2022.

Valorizar os níveis iniciais das carreiras 

Não menos importante do que as perdas a que o conjunto das categorias está submetido, é a situação sentida de forma mais acentuada por servidores/as docentes e técnico-administrativos/as em início de carreira. Além de verem seus proventos serem consumidos pelas perdas inflacionárias, tais servidora(e)s foram e estão sendo atingidos/as de forma mais contundente pelas reformas da Previdência já implantadas ou em tramitação desde o começo dos anos 2000. Assim, se faz necessária, além da recuperação das perdas, uma política de valorização (inclusive salarial) das posições iniciais nas carreiras destes/as servidores/as.

O Fórum das Seis já apresentou propostas concretas para as duas carreiras. No caso das/os técnico-administrativas/os, a adição de um mesmo valor (parcela fixa) ao salário base de todos os níveis; e, para os docentes, duas propostas alternativas, uma que fixa a diferença entre os salários em um mesmo percentual (7%) e outra que acrescenta valores diferenciados aos salários base, sendo um valor maior para o nível MS3.1 e o menor para o nível MS5.3.

Fortalecer e ampliar a permanência estudantil 

O retorno às atividades presenciais ampliou a necessidade de debate sobre as reivindicações da permanência estudantil, pautas fundamentais para garantirmos que amplas parcelas continuem estudando, em especial, aquelas e aqueles que ingressam por cotas sociais e/ou raciais. 

Boletim do GT Verbas na íntegra 

A edição de setembro/2022 do Boletim do GT Verbas, com mais dados, além dos mostrados neste boletim do Fórum das Seis, pode ser acessado em https://www.adusp.org.br/files/GTs/verbas/bolgtverbas05.pdf