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O aniversário de 60 anos do golpe empresarial-militar de 1964 será lembrado pela quarta edição da “Caminhada do silêncio pelas vítimas de violência do Estado”. Vai ser no dia 31 de março, com concentração a partir das 16 horas, em frente à sede do antigo Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do II Exército, na Rua Tutoia, 921, Vila Mariana, capital. O local ficou tristemente conhecido por ter sediado a tortura de milhares de militantes que lutaram contra a ditadura. Os números totais dos que passaram por ali na década de 70 ainda são desconhecidos, mas ao menos 50 cidadãos e cidadãs brasileiras foram assassinados em suas dependências.
Com o lema “Para que não se esqueça, para que não continue acontecendo”, a caminhada seguirá da Rua Tutoia em direção ao Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque do Ibirapuera. Ali, às 18 horas, terá início um ato público, e os participantes poderão depositar flores e velas aos pés do monumento.
A caminhada é organizada pelo Movimento Vozes do Silêncio, do qual fazem parte o Instituto Vladimir Herzog, o Núcleo de Preservação da Memória Política e a seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), com apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE) e Comissão Justiça e Paz de São Paulo.
"Arqueologia no DOI-Codi: rompendo o silêncio", produção jornalística audiovisual recém-lançada pela Secretaria Executiva de Comunicação (SEC) da Unicamp, retrata o trabalho de escavações arqueológicas realizadas no DOI-Codi, em São Paulo. A estimativa é que mais de sete mil pessoas, sequestrados políticos, foram torturadas no local, muitas delas mortas.
O complexo de cinco prédios funcionou como órgão de repressão da ditadura militar, de 1969 a 1983, e foi tombado em 2014 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado de São Paulo.
O documentário pode ser assistido em https://www.youtube.com/watch?v=It9SeMZXtQA
“Nem os mortos e nem seus espectros governarão os vivos. A história é a melhor professora!”
A frase é parte de um manifesto do grupo Prerrogativas, formado por juristas vinculados à defesa dos direitos humanos e do estado democrático de direito. O texto, que pode ser conferido em , ressalta a importância do debate e da reflexão sobre os fatos que culminaram com a ditadura (1964-1985), a partir do golpe que destituiu do poder o governo do presidente João Goulart (Jango), e sobre fatos muito recentes da nossa história, como os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A história política brasileira coleciona evidências de que os processos de conciliação têm se mostrado uma forma de escamotear os conflitos entre a ânsia do capital por se reproduzir e a resistência de toda a classe de trabalhadores explorados à redução progressiva das suas condições de vida e da sua dignidade humana. A “resolução” negociada dos nossos grandes problemas socioeconômico-políticos acaba por alimentar um caldo de cultura onde vicejam governos autocráticos e fascistóides, que aviltam direitos humanos e estabelecem práticas de extermínio físico por meio da violência estatal.
A execução de jovens negros e pobres nas periferias das cidades brasileiras, o encarceramento em massa da população marginalizada e excluída são as expressões atuais da lei da anistia “ampla, geral e irrestrita”. Esse dispositivo, que materializou a conciliação com os perpetradores da ditadura empresarial-militar de 1964, e que culminou com a “redemocratização” do país, engendrou a ascensão de governadores cujas gestões incentivam e naturalizam a utilização da brutalidade do seu aparato de segurança contra setores marginalizados e indefesos da população dos seus estados (“E daí? Todo mundo vai morrer um dia.”).
A Marcha do Silêncio é um libelo a denunciar a falência das políticas conciliatórias e o apagamento da nossa memória histórica. Configura-se um grito de indignação contra o cotidiano de terror e violência estatal, para que não se esqueça que muitos brasileiros foram – e ainda hoje são – torturados e mortos por nossas instituições de Estado.
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