Equiparação salarial é direito. Greve dos técnico-administrativos da Unesp começa em 8/8 com adesão grande

Equiparação salarial é direito. Greve dos técnico-administrativos da Unesp começa em 8/8 com adesão grande

A decisão pela greve por tempo indeterminado a partir de 8/8 – que acontece após uma sequência de atividades de mobilização, com paralisações de um dia, manifestações e atos públicos – já foi aprovada nos campi de Araçatuba, Araraquara, Assis, Botucatu, Franca, Jaboticabal, São José do Rio Preto, São Paulo (IA). Várias outros ainda têm assembleias agendadas.

No site do Sintunesp (www.sintunesp.org.br), no item “Greve Agosto/2023”, confira o mapeamento mais recente, releases enviados à imprensa e outros. No item “Equiparação salarial”, você encontra os boletins do Sindicato sobre o tema.

 

Tem dúvidas?

Se você e os companheiros da sua unidade têm dúvidas, querem realizar assembleia ou pedir orientações, entre em contato com o Sintunesp, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Greve pela equiparação

A reivindicação da nossa greve é o início da equiparação salarial da categoria com os colegas da USP. Embora realizem o mesmo trabalho, os da Unesp chegam a receber até 40% menos que os da USP, como mostra a tabela.

A isonomia salarial é garantida para a categoria docente, o que a entidade considera justo, mas o mesmo não acontece com o segmento técnico-administrativo. Em 2022, o reitor Pasqual Barretti montou uma comissão entre reitoria e sindicato, para estudar e construir propostas com vistas à equiparação salarial dos técnico-administrativos da Unesp com os das universidades irmãs. No entanto, apesar das expectativas criadas para o início da efetivação da isonomia, a reitoria suspendeu a negociação e limitou-se a informar a intenção de aguardar o desenrolar do cenário econômico no segundo semestre deste ano.

 

Luta remonta a 2010

A luta dos servidores técnico-administrativos da Unesp pela equiparação remonta a 2010, ainda durante a gestão do reitor Herman Voorwald, que se dispôs a negociá-la após uma forte greve liderada pelo Sintunesp. Naquele ano, o Conselho de Administração e Desenvolvimento (CADE) iniciou os estudos necessários, que culminaram no chamado ‘Plano Retribuitório da Carreira’, visando à equiparação dos salários da Unesp aos da USP. Quando este plano foi aprovado no Conselho Universitário (CO), em 30/6/2011, no entanto, a USP havia acabado de mexer novamente nos seus pisos e, com isso, a Unesp voltou a ficar defasada.

Em 2013, após outra greve forte da categoria, já durante a gestão do reitor Julio Cezar Durigan, a reivindicação retornou à mesa e, numa histórica sessão do CO, em 15/8 daquele ano, um novo processo de equiparação foi aprovado, prevendo seis etapas. As duas primeiras etapas ocorreram (aplicação de uma referência de 5% em 2013 e outra em 2014, para todos) e as demais deveriam voltar à análise no CO. No entanto, a chegada da crise financeira em 2014 congelou a discussão.

A retomada das negociações em 2022, sob a gestão atual, foi vista com grande esperança pela categoria, mas o temor é que não resulte em avanço.

 

O que queremos da reitoria

O Sintunesp reivindica que a comissão conjunta criada na atual gestão volte a se reunir, que se defina o início da equiparação e que se construa um plano para conclui-la. A entidade sindical afirma que a Universidade tem folga financeira para tanto, inclusive por haver construído sólidas reservas a partir, também, das perdas salariais de seus servidores técnico-administrativos e docentes dos últimos anos, da ausência de contratações, da defasagem com os/as técnico-administrativos/as da USP.

Além da greve por tempo indeterminado, também está agendada manifestação durante a sessão do Conselho Universitário da Unesp em Assis, em 24/8.

 

Os números falam por si

070823b

Movimento recebe apoio de entidades estudantis de Araraquara

O Sintunesp agradece às entidades representativas do movimento estudantil do campus de Araraquara, que divulgaram nota de apoio à greve, como você confere a seguir:

 

“NOTA DE APOIO À GREVE DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DA UNESP

O Movimento Estudantil da Unesp Araraquara, por meio desta nota, vem de forma unificada demonstrar apoio à greve dos servidores técnicos-administrativos, marcada para iniciar no dia 8/8, reivindicando a equiparação salarial com as universidades parceiras.

No último dia 18/7, aproximadamente 16 campi paralisaram suas atividades durante uma reunião entre o sindicato e a reitoria, cujo objetivo foi discutir a Pauta Específica de Reivindicações de 2023 dos servidores técnico-administrativos da Unesp.

Durante a reunião, na pauta sobre a equiparação salarial, o reitor registrou o fato de que a arrecadação do ICMS em junho superou as expectativas e que, mantendo esta alta em julho, pode ocorrer uma reunião da comissão conjunta que estuda a reivindicação. O ICMS é o imposto do qual derivam os repasses para as universidades estaduais paulistas e, por conta das leis de redução das alíquotas sobre combustíveis, energia e comunicações, aprovadas no apagar das luzes do governo Bolsonaro, a arrecadação registrou baixa nos últimos meses de 2022 e primeiros deste ano. A previsão inicial da Secretaria da Fazenda do Estado, de R$ 150,5 bilhões para 2023, foi informalmente rebaixada para algo em torno de R$ 144 bilhões. Segundo o professor Pasqual, se os números do segundo semestre apontarem para os R$ 144 bi, é possível conceder o equivalente a uma referência (5%) ainda este ano e estudar, na construção da peça orçamentária de 2024, a possibilidade de mais uma no ano que vem. Ele afirmou que não quer que o comprometimento dos recursos da Universidade com folha de pagamento supere 85%.

Enquanto Movimento Estudantil, reconhecemos a importância fundamental dos servidores técnico-administrativos em toda a estrutura universitária, contribuindo diariamente para o funcionamento eficiente e de qualidade de nossa instituição. Estes trabalhadores garantem a infraestrutura, o atendimento aos estudantes e a gestão acadêmica, tornando possível o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão. Desse modo, a equiparação salarial é uma demanda legítima; um corpo técnico-administrativo valorizado e com remuneração justa é essencial para a promoção de um ambiente acadêmico de excelência.

Reforçamos que a luta dos servidores técnico-administrativos também é nossa luta. Unimos nossas vozes em solidariedade, reconhecendo que somente por meio da união de esforços poderemos alcançar mudanças significativas e promover a justiça social em nossa universidade.

Assim, conclamamos à Reitoria e os órgãos competentes a ouvirem e atenderem às reivindicações dos servidores técnico-administrativos, buscando o diálogo aberto e soluções conjuntas para os desafios enfrentados.

Que esta nota de apoio seja uma forma de fortalecer o movimento e reforçar a importância da valorização e respeito aos servidores técnico-administrativos, pilares essenciais para a construção de uma universidade pública cada vez mais inclusiva, democrática e de excelência.

Todo apoio aos(às) trabalhadores(as) lutadores(as) da Unesp. Vocês não estão sozinhos!

Assinam esta nota:

Centro Acadêmico de Cultura e Estudos em Letras Paulo Leminski - CACEL
Centro Acadêmico Maurício Tragtenberg- CAMT
Moradia Estudantil Campus de Araraquara
Centro Acadêmico Florestan Fernandes - CAFF
Centro Acadêmico Celso Furtado - CACEF
Centro Acadêmico de Administração Pública Murilo Rosendo da Silva - CAAP


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