Defesa da democracia - Evento no Largo de São Francisco abriu a sequência de atos em 9/1. Veja também moção contra ameaças à deputada 

Defesa da democracia - Evento no Largo de São Francisco abriu a sequência de atos em 9/1. Veja também moção contra ameaças à deputada 

Ainda na manhã de 9/1, poucas horas após os atos criminosos em Brasília, uma multidão compareceu a um ato em defesa da democracia, no Largo de São Francisco, organizado pela Faculdade de Direito da USP. A atividade, transmitida ao vivo pela Internet (https://www.youtube.com/watch?v=pjNfSWhNLFA), havia sido convocada já na noite do domingo. Em sua cobertura, o Informativo Adusp destaca que estavam presentes representantes da USP e entidades da sociedade, como a OAB-SP, Fórum das Centrais Sindicais, Comissão Arns, UNE e outras.

A atividade também foi convocada pelo Fórum das Seis em seu boletim, na manhã de 9/1. A presidenta da Adusp e coordenadora do Fórum das Seis, Michele Schultz, compareceu ao evento, mas não foi chamada pela mesa a fazer uso da palavra.  

A condenação aos atos bárbaros que ocorreram em Brasília, que depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF, foi comum à fala de oradoras e oradores presentes no Largo de São Francisco, que pediram a identificação e punição dos/as responsáveis e seus financiadores na forma da lei. A cada fala, o público repetia em coro: “Sem anistia! Sem anistia!”.

Manoela Morais, presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto (FD-USP) ressaltou: “O país que ainda se orgulha de assassinos bandeirantes, o país que nunca puniu os criminosos da Ditadura, o país que nunca deu resposta ao massacre do Carandiru, o país que até hoje não sabe quem mandou matar Marielle, Franco, precisa tomar uma dura postura de intolerância com os intolerantes. Que nós mostremos que somos a maioria, e não deixaremos o fascismo passar. É por meio da mobilização social permanente que conquistamos direitos e evitamos retrocessos”.

A cobertura completa do Informativo Adusp com os principais trechos de alguns dos discursos, pode ser conferida em www.adusp.org.br .

Defesa da democracia deu o tom em atos por todo o país 

Os graves fatos registrados em Brasília geraram notas de repúdio ainda na noite do domingo, 8/1, e no decorrer dos dias seguintes. Entidades sindicais – como o Fórum das Seis – e instituições diversas, como as reitorias das universidades estaduais paulistas, condenaram a tentativa frustrada de golpe e os atos criminosos. 

No final da tarde e início da noite da segunda-feira, 9/1, grandes manifestações foram realizadas nas capitais e cidades de todo o país. Em São Paulo, uma multidão lotou sete quarteirões da avenida Paulista, saindo do vão livre do MASP em passeata até a Praça Roosevelt.

Atos em defesa da democracia foram registrados em dezenas de cidades do interior paulista, entre elas a maioria das que sediam campi das universidades estaduais, como é o caso de Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu, Bauru, São Carlos, Araraquara, Rio Claro, Piracicaba, Presidente Prudente, Ourinhos, Guaratinguetá e outras.  

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Sintunesp subscreve moção de repúdio a ameaças contra deputada eleita   

A Frente Paulista em Defesa dos Serviços Públicos – que reúne dezenas de entidades representativas do funcionalismo paulista, entre elas o Fórum das Seis – emitiu nota de repúdio às ameaças sofridas pela deputada federal eleita Luciene Cavalcante (PSOL), que precisou acionar o Ministério Público Federal e a Polícia Federal após ser alvo de ameaça de morte no dia 11/1/2023. Um boletim de ocorrência também foi registrado no 77º Distrito da Polícia Civil de São Paulo.

A moção da Frente relata que a ameaça foi enviada por e-mail, por um autor anônimo, que diz ter 37 anos. Na mensagem, ele sugere que Luciene Cavalcante “durma de olhos abertos”, à espreita de um eventual ataque. “Pode ser uma invasão, um atropelamento, um assalto, um vendedor batendo à sua porta ou até mesmo um aluno”.

A futura parlamentar suspeita que a ameaça tenha relação com seu pedido de extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), feito ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não podemos permitir que atitudes fascistas de bolsonaristas tentem, por meio de ameaças covardes, calar e impedir que nossa representante na Câmara Federal exerça sua ação parlamentar em defesa do estado democrático de direito e dos direitos dos/as trabalhadores/as”, enfatiza a nota da Frente Paulista, externando apoio à Luciene Cavalcante contra esses ataques. “Exigimos que urgentemente as autoridades competentes encontrem o autor das ameaças, o responsabilizem e o submetam aos rigores das leis”, finaliza o texto.


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