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Se depender da disposição dos reitores, ao que parece, vamos amargar um novo período de corrosão salarial. A ausência de respostas aos muitos ofícios do Fórum das Seis nos leva novamente aos tempos de ausência de diálogo, desrespeito com a comunidade e suas entidades representativas.
Mas não foi isso que os atuais dirigentes – Pasqual Barretti, da Unesp, Carlos Gilberto Carlotti Junior, da USP, e Antonio José de Almeida Meirelles (Tom Zé), da Unicamp e atual presidente do Conselho de Reitores, o Cruesp – se comprometeram a fazer. Nas duas reuniões realizadas entre as partes – nos dias 7 e 17/3/2022 – o discurso era de que estava se iniciando uma nova etapa nas relações entre as reitorias e as representações das categorias, desgastadas nos últimos anos.
Em 2021, o Cruesp assumiu o compromisso de impulsionar um grupo de trabalho (GT), com o objetivo de construir propostas para um plano de recuperação das perdas salariais históricas e para um plano de valorização dos níveis iniciais das carreiras. A palavra não foi cumprida. Em 2022, já com todos os atuais reitores no comando, veio novo compromisso de reativar o GT, mas nada aconteceu até agora.
Com a concessão do reajuste de 20,67% em março/2022, após anos de salários praticamente congelados, os reitores parecem acreditar que sequer precisam debater a Pauta de Reivindicações 2022, que receberam em abril.
Esta postura não se justifica, sob nenhum aspecto. Há espaço financeiro nas universidades para discutirmos e implementarmos um plano de recuperação de nossas perdas e de valorização dos níveis iniciais das carreiras. A arrecadação do ICMS, imposto do qual derivam os recursos para as universidades estaduais paulistas, segue em alta desde o meio de 2020, apesar das previsões pessimistas geradas pela pandemia de Covid-19. O comprometimento dos recursos com folha salarial segue o mais baixo desde o advento da autonomia, em 1989: 68,81% em junho/2022, na média das três universidades, pouca coisa acima do índice anterior ao reajuste de março (67,62%).
Nas três universidades, as categorias estão sendo chamadas a debater e deliberar sobre as propostas de mobilização, caso o Cruesp não agende as reuniões com o Fórum das Seis:
- Ato público em 30/8, na Unicamp;
- Não início do semestre letivo.
ORIENTAÇÃO: Diretores de base e militantes do Sintunesp devem agendar a assembleia na unidade e informar a data de realização e posterior resultado para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Ao final da rodada, o Sintunesp fará a tabulação dos indicativos aprovados e os apresentará na reunião do Fórum das Seis, assim como farão as demais entidades sindicais.
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Não se trata de aumento real! É apenas devolver o que a inflação comeu!
- A inflação de junho/2022, medida pelo INPC-IBGE, ficou em 0,62%.
- De março a junho/2022, a inflação soma 3,87%.
- De maio/2012 a junho/2022, a inflação (Dieese-INPC), soma 87,41%.
- Em igual período, já contabilizando os 20,67% em março/2022, tivemos 53,27% de reajuste.
- O comprometimento médio das universidades com folha de pagamento manteve-se quase inalterado após o reajuste de março/2022: 68,81%, segundo planilha do Cruesp em junho/2022.
- Para voltarmos ao poder aquisitivo de maio/2012, precisaríamos de um reajuste de 22,23% em junho/2022.
- A inflação que deixou de ser paga neste período corresponde a 16,5 salários não recebidos por cada servidor técnico-administrativo e cada docente, ou seja, 1 ano e 8 meses trabalhados de graça.
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