XII Congresso do Sintunesp destacou luta pela equiparação e reforçou importância da reação dos trabalhadores contra os ataques aos serviços públicos e direitos do funcionalismo

XII Congresso do Sintunesp destacou luta pela equiparação e reforçou importância da reação dos trabalhadores contra os ataques aos serviços públicos e direitos do funcionalismo

De 21 a 24 de novembro de 2023, o Sintunesp realizou o XII Congresso dos Trabalhadores da Unesp, na cidade de Águas de São Pedro.

As delegadas e os delegados presentes, oriundos da maioria das unidades, protagonizaram debates de alto nível e demonstraram comprometimento com o fortalecimento da entidade. Foram feitas avaliações sobre a conjuntura e o papel do Sindicato, sendo aprovadas diretrizes de trabalho para o próximo período, bem como moções sobre temas diversos.

O tema central do Congresso – “Trabalhadores valorizados! Equiparação, já! – reflete a importância desta reivindicação para a categoria, que segue mobilizada em busca da equiparação com as universidades irmãs.

A Diretoria Colegiada do Sintunesp, a Comissão Organizadora do XII Congresso, delegadas e delegados convidam os servidores a fortalecer a entidade e a participar ativamente de todos os momentos das lutas que virão.

               

Abertura com entidades co-irmãs e deputado ex-aluno

A abertura do XII Congresso contou com a presença de entidades irmãs, que compõem o Fórum das Seis, e do deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL), egresso do curso de Direito da Unesp de Franca. A saudação inicial foi feita por João Carlos Camargo de Oliveira, membro da comissão organizadora. Em nome da presidente da comissão, Aparecida Saturnino Mesquita Romero, a Cida, ele cumprimentou os demais membros pelo “incansável trabalho organizativo da atividade”, que é a instância máxima de discussão e deliberação da categoria das servidoras e dos servidores técnico-administrativos da Unesp.

Imagem 1 Mesa abertura

A necessidade de resistência contra a ofensiva do governo Tarcísio de Freitas – que enviou à Assembleia Legislativa (Alesp) projetos que visam a privatização da Sabesp, o corte de recursos da educação pública e o início da reforma administrativa – esteve na fala de todos.

Representando a Associação dos Docentes da USP (Adusp), Paulo Moruzzi ressaltou que “a luta organizada das nossas categorias, por meio do Fórum das Seis, é fundamental neste momento”. Ele inseriu neste contexto a reforma tributária em discussão no Congresso Nacional, que deve extinguir o ICMS, imposto do qual derivam os recursos às universidades estaduais paulistas. “Temos que exigir do governo a garantia do financiamento adequado à educação superior pública do nosso estado.”

Fábio Ocada, da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), lembrou que sobrevivemos nos últimos anos a uma conjuntura das mais difíceis. “Anos de pandemia, de ascensão do fascismo ao poder e, com ele, a naturalização dos preconceitos e da desumanização da vida”, pontuou. Ele também destacou a gravidade da conjuntura atual e seus impactos para os trabalhadores. “Somos nós que podemos fazer a resistência às privatizações e aos ataques aos direitos da população. Podemos mudar o rumo da história, mas para isso a nossa organização é crucial.”

Neusa Santana Alves, do Sinteps, sindicato que representa professores e funcionários das escolas técnicas (ETECs) e faculdades de tecnologia (FATECs), mantidas pelo Centro Paula Souza, falou da relação com a Unesp. “O Centro é vinculado e associado à Unesp desde a criação da Universidade, em 1976, embora as finanças das duas instituições sejam separadas. Temos o mesmo patrão, que é o governo do estado, e estamos juntos para defender as universidades, as ETECs e as FATECs.”

Elisiene Lobo, do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), comemorou o fato de estar num congresso presencial de trabalhadores, o primeiro pós-pandemia. Ela lembrou das lutas em comum entre os servidores técnico-administrativos das três universidades. “Também lutamos pela equiparação com a USP e, neste momento, fazemos uma longa greve contra a tentativa de imposição do ponto eletrônico”.

Impossibilitadas de comparecerem, as entidades representativas dos docentes da Unicamp (ADunicamp) e dos servidores técnico-administrativos da USP (Sintusp) enviaram mensagens de saudação.

Guilherme Cortez, o jovem deputado eleito pelo PSOL em 2022 e graduado em Direito pela Unesp de Franca, mais uma vez colocou seu mandato à disposição das lutas dos trabalhadores e estudantes das universidades estaduais e do Centro Paula Souza. Ele frisou a defesa da equiparação, bandeira central dos servidores da Unesp. “A ausência de isonomia é sintoma da precarização das universidades. Equiparação é o mínimo de dignidade e respeito”, defendeu. Também manifestou apoio às lutas por melhorias na permanência estudantil, lembrando que, na Unesp, há campi ainda sem moradia e restaurante universitário, o que compromete as condições de estudo de muitos jovens. Sobre reforma tributária, Cortez foi enfático: “Não tenho dúvidas de que o governo Tarcísio vai tentar usar todas as brechas para reduzir as verbas para as universidades, mas também é a oportunidade que devemos usar para ampliar esses recursos.”

A presidente da comissão organizadora agradeceu ao deputado e elogiou o espírito solidário e combativo das entidades irmãs. “Unidas, nossas entidades se fortalecem”, sintetizou Cida.

Alberto de Souza, coordenador político do Sintunesp, comemorou o revigoramento do Sindicato com a presença de “muita gente nova” no congresso. “Temos lutas importantes, como a equiparação, valorização dos salários e reação aos ataques do governo, e a união da categoria é fundamental”.

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Caderno traz a cobertura das palestras, debates e resoluções do XII Congresso

O Caderno do XII Congresso traz a cobertura das palestras (sobre direitos da mulher, trabalho e neoliberalismo, movimento sindical nas universidades e formação política), as moções aprovadas (direitos dos servidores da Unesp, paridade, meio ambiente, defesa do povo palestino, entre outras) e as deliberações aprovadas na plenária final, que apontam para a mobilização e o fortalecimento do Sindicato.

Imagem 2 Capa caderno

 

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