A Adunesp e o Sintunesp repudiam com veemência o crime de racismo perpetrado contra mulheres negras em palestra online realizada no dia 26/11/2021, intitulada “Mulheres negras e o racismo nosso de cada dia”. O evento foi invadido com graves mensagens de ofensa racial.
Nossa integral solidariedade à palestrante, Profa. Dra. Andresa de Souza Ugaya, lotada no Departamento de Educação Física da Unesp de Bauru, e às estudantes Laryssa Gomes, mestranda em Mídia e Tecnologia, e Letícia Ferreira de Pinho, discente de Jornalismo, ambas do campus da Unesp/Bauru, também participantes da mesa. Organizado pelo Conselho Municipal de Políticas Públicas, em parceria com órgãos da Prefeitura Municipal de Bauru, o evento também tinha o apoio da Unesp.
Esse ataque avilta os valores civilizatórios mais fundamentais e explicita inequivocadamente o apartheid brasileiro, que deve ser combatido em todas as suas manifestações. A agressão perpetrada contra a docente e as estudantes da Unesp/Bauru, infelizmente, nos adverte que ainda estamos longe de patamares básicos de convivência social e de respeito humano aceitáveis num ambiente minimamente democrático, denunciando a existência do racismo estrutural, doença degenerativa da nossa sociedade.
É preciso que as autoridades identifiquem os agressores, tipifiquem os delitos cometidos e os responsabilizem criminalmente por isso. Em tempos de retrocessos sociais em todas as áreas, a luta antirracista é papel de negros e não negros, fundamental nos enfrentamentos a todas as formas de discriminação que ainda permeiam o cotidiano das relações em nosso país.
“O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial.” (ABDIAS DO NASCIMENTO)