Fórum cobra do Cruesp reunião sobre retorno presencial: Situação é urgente na USP e no Ceeteps

Fórum cobra do Cruesp reunião sobre retorno presencial: Situação é urgente na USP e no Ceeteps

Em Ofício enviado ao Conselho de Reitores (Cruesp) em 17/8, o Fórum das Seis cobrou, mais uma vez, o agendamento de reunião para debater o retorno presencial nas universidades e no Centro Paula Souza, tema que é parte da Pauta Unificada 2021.

Em resposta enviada ao Fórum em 24/8, o Cruesp afirma que, “em razão das especificidades de cada Universidade, as questões concernentes ao retorno às atividades presenciais estão sendo tratadas no âmbito de cada instituição”. O problema é que NÃO estão sendo tratadas democraticamente com a comunidade. Clique para conferir o ofício do Cruesp.

O Fórum insiste na necessidade de discussão conjunta no âmbito do Cruesp, dadas a importância e a urgência do tema, que envolve a segurança sanitária e a vida do conjunto da comunidade acadêmica. É preciso que as partes dialoguem sobre o assunto para estabelecer parâmetros gerais para as instituições. Posteriormente, o tema poderá ser debatido mais especificamente no âmbito de cada instituição.

Frente à pressão evidente do governador João Doria, que decidiu “acabar” com a pandemia por decreto, anunciando uma ampla flexibilização das medidas restritivas no estado nos próximos meses – apesar dos alertas de especialistas quanto à rápida expansão dos casos de contaminação pela variante delta – as universidades e o Centro Paula Souza, na qualidade de instituições públicas de ensino e pesquisa, deveriam caminhar em sentido contrário.

Mas não é o que vem acontecendo. Na USP, a comunidade acadêmica foi pega de surpresa com a determinação de retorno presencial para as/os funcionárias/os a partir de 23/8 e para estudantes a partir de 4/10, a princípio somente para pessoas com ciclo vacinal completo. Posteriormente, em nova portaria, a reitoria informou que os dirigentes de unidades estão autorizados a convocar funcionária(os), docentes, estudantes e estagiária(os) apenas com a primeira dose.

Em plenária dos três segmentos da USP, realizada em 23/8, com cerca de 500 participantes, foi aprovado um manifesto intitulado “Por um retorno seguro, democraticamente planejado”, que pode ser conferido em https://www.adusp.org.br/files/manifplen3set20210823.pdf . O documento é assinado pela Adusp, Sintusp, DCE Livre da USP, centros acadêmicos, entidades de pós-graduandos e outras. O manifesto destaca que a questão não é sobre a vontade ou não de retornar presencialmente. “Somos contra a volta presencial neste momento e entendemos que o ensino remoto é apenas emergencial, viável só durante a pandemia para garantir a segurança do corpo universitário.”

No Centro Paula Souza, que mantém as escolas técnicas (ETECs) e Faculdades de Tecnologia (FATECs), a determinação pelo retorno às aulas presenciais em 2/8 levou à decretação da greve sanitária. Grevistas seguem ministrando suas aulas e fazendo o trabalho remotamente. Nas unidades que decidiram retornar ao ensino presencial, de acordo com relatos do Sinteps, sindicato que representa a categoria, já há casos de Covid-19 em cerca de 50 unidades, o que leva a um seguido abre/fecha das escolas e à exposição de toda(os) aos riscos de contaminação.

No momento em que a média de mortes no Brasil segue em torno de 800 diárias, cerca de 300 óbitos só em São Paulo, de acordo com sites oficiais, e a imunização completa alcança pouco mais de 30% no estado, o grande temor é que o retorno presencial precipitado nas escolas e universidades contribua drasticamente para o recrudescimento da mortal pandemia de Covid-19.

Neste cenário, o Fórum das Seis conclama, mais uma vez, o Cruesp a encampar o processo por um retorno seguro e democraticamente construído com as comunidades.

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